Geografia
Aveiro é cidade, sede de concelho e capital de distrito. A cidade tem cerca de 25.000 habitantes, o concelho 68.560 e o distrito possui cerca de 673.320 habitantes. A cidade de Aveiro fica situada na foz do Rio Vouga, o qual atravessa o distrito, sendo também banhada pelo Oceano Atlântico. O concelho conta com 14 freguesias distribuídas por uma área de 208 Km2: Aradas, Cacia, Eirol, Eixo, Esgueira, Glória, Nariz, Oliveirinha, Requeixo, São Bernardo, São Jacinto, Vera Cruz, santa Joana e Nossa senhora de Fátima.
O distrito de Aveiro está situado na província tradicional da Beira litoral, estando limitado a Norte pelo do Porto, a sul pelo de Coimbra, a leste pelo de Viseu e a oeste pelo Oceano Atlântico.
Os rios Alfusqueiro, Antuã, Caima, Cértima e Sever, afluentes do Vouga, bem como os rios Arda e paiva, afluente do Douro, constituem importantes estradas líquidas do distrito, onde se localiza ainda a lagoa de Fermentelos, com 4Km de comprimento e 2 km de largura.
A orografia do distrito de Aveiro é formada pela cordilheira que separa as bacias hidrográficas do Vouga e do Douro, passando entre os rios Vouga e Paiva. A Serra de Arada, com 1097 metros, é o ponto de maior altitude do distrito.
Neste distrito incluem-se 19 concelhos: Águeda, Albergaria-a-Velha, Anadia, Arouca, Aveiro, Castelo de Paiva, Espinho, Estarreja, Feira, Ílhavo, Mealhada, Murtoso, Ovar, Oliveira de Azeméis, Oliveira do Bairro, São João da Madeira, Sever do Vouga, Vagos e Vale de Cambra.
História
No documento de doação testamentária efectuada pela condessa Mumadona Dias, ao mosteiro de Guimarães, em 26 de Janeiro de 959, consta a referência a "Suis terras in Alauario et Salinas", sendo esta a mais antiga forma que se conhece do topónimo Aveiro.
No século XVIII, Aveiro foi elevada á categoria de vila, desenvolvendo-se a povoação á volta da igreja principal, consagrada a S. Miguel e situada onde é, hoje, a Praça da República, vindo esse templo a ser demolido em 1835.
Mais tarde, D. João I, a conselho de seu filho, Infante D. Pedro, que, na altura, era donatário de Aveiro, mandou rodeá-la de muralhas que, já no século XIX, foram demolidas, sendo parte das pedras utilizada na construção dos molhes da barra nova.
Em 1434, D. Duarte concedeu à vila privilégio de realizar uma feira franca anual, que chegou aos nossos dias e é conhecida por Feira de Março.
Em 1472, a filha de Afonso V, Infanta D. Joana, entro no Convento de Jesus, onde viria a falecer, em 12 de Maio de 1490, efeméride recordada, actualmente, no feriado municipal. A estada da filha do Rei teve importantes repercussões para Aveiro, chamando a atenção para a vila e favorecendo o seu desenvolvimento.
O primeiro foral conhecido de Aveiro é manuelino e data de 4 de Agosto de 1515, constando do Livro de Leituras Novas de Forais da Estremadura.
A magnífica situação geográfica propiciou, desde muito cedo, a fixação da população, sendo a salinagem, as pescas e o comércio marítimo factores determinantes de desenvolvimento. Em finais do século XVI, princípios do século XVII, a instabilidade de vital comunicação entre a Ria e o mar levou ao fecho do canal, impedindo a utilização do porto e criando condições de insalubridade, provocadas pela estagnação das águas da laguna, causas estas que provocaram uma grande dominuição do número de habitantes – muitos quais emigraram, criando póvoas piscatórias ao longo da costa portuguesa e, consequentemente, estiveram na base de uma grande crise económica e social. Foi, porém e curiosamente, nesta fase de recessão que se construiu, em plena dominação filipina, um dos mais notáveis templos aveirenses: a igreja da Misericórdia.
Em 1759, D. José I elevou Aveiro a cidade, poucos meses depois de ter condenado, ao cadafalso, o seu último duque, título criado, em 1547, por D. João III. Em 1774, a pedido de D. José, o papa Clemente XIV instituiu uma nova diocese , com sede em Aveiro. No século XIX, destaca-se a activa participação de aveirenses nas Lutas Liberais e a personalidade de José Estêvão Coelho de Magalhães, parlamentar que desempenhou um papel determinante, no que respeita à fixação da actual barra e no desenvolvimento dos transportes, muito especialmente, a passagem da linha de caminho de ferro Lisboa- Porto, obras estas de capital importância para o desenvolvimento da cidade, permitindo-lhe ocupar, hoje em dia, lugar de topo no contexto económico nacional.
Demografia
O concelho de Aveiro tem registado, ao longo do corrente século, um crescimento regular da população residente, só interrompido, nos anos vinte, pela ligeira quebra provocada pela pneumónica.
Entre 1960 e 1981, a população aumentou 31%, variação esta superior á médiaa de Portugal continental (13%) e do Distrito (19%).
De acordo com os resultados do Censo de 1981, o volume da população residente ultrapassava os sessenta mil, apontado os resultados do Censo de 1991 para um número de ordem dos setenta mil, a que corresponde um crescimento de, aproximadamente, 11%.
A distribuição da população concelhia tem vindo a evoluir no sentido da concentração em vários núcleos urbanos, com especial relevância no que respeita à cidade, tendência esta que favorece a dotação de infraestruturas e equipamentos.
Nas últimas décadas, tem-se verificado uma persistetente quebra de natalidade. Assiste-se, todavia, a um crescimento demográfico, que se deve aos movimentos migratórios atraídos pela grande dinâmica económica e social de Aveiro e pela sua Universidade.